2 de outubro de 2010

TESTEMUNHOS: Voluntariado Com Idosos – Vilar Formoso

Vidas cruzadas! Experiências partilhadas! 


Baseado no espírito de novas e diferentes experiências, considero que em boa hora aceitei o desafio que me foi colocado por uma grande amiga para me aventurar num projecto de voluntariado com idosos, em Vilar Formoso. Parti para este projecto sem qualquer expectativa, sem esperar qualquer resultado, sem ideia daquilo que poderia vir a sentir e a vivenciar. 

O primeiro contacto com os idosos provocou-me algum receio. Sentia que aquele projecto não era para mim. Até me fez questionar o que estava eu ali a fazer!
Olhar para os demais elementos do grupo que brincavam e acariciavam os rostos deles e dar por mim, algumas vezes, de braços cruzados, cheio de receio de os abordar e de lhes tocar, foi algo que me inquietou. Mas foram os próprios idosos que me fizeram compreender que o simples facto de me sentar ao seu lado e tocar na sua mão era o suficiente.

No lar de Aldeia da Ponte, vivi um momento marcante. Uma idosa, ao saber o meu nome, chamou-me logo de “meu netinho”. Foi um gesto simples mas muito gratificante para mim. Por este momento, obrigado “avozinha Sara”!

Durante estes dez dias fui contagiado por uma enorme alegria, pois apesar das suas debilidades bem visíveis, conseguiram-nos transmitir o muito que têm para além dessa inevitabilidade! A sua alegria reflectia-se no contar das traquinices de quando eram novos, no recordar das belas histórias passadas entre namoricos e aventuras.

No final do projecto, o sentimento que nos invade impulsiona-nos a abraçar novos desafios. Obrigado a todos pelas maravilhosas lições de vida que me encheram o coração e me abriram a mente!


Davide Duarte

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A minha ida para Vilar Formoso foi um desafio caracterizado por um misto de ansiedade e perplexidade. Se por um lado procurava, ansiosa o momento em que poderia doar-me a alguém mais débil necessitado de amor e carinho, por outro existia um certo receio em relação ao grupo em que iria inserir-me dada a diferença de idade que me separava dos outros elementos. Muito gratificante para o grupo foi podermos constatar que paulatinamente, conseguimos “conquistar” uma velhinha que, devido às atrocidades da vida e aos recalcamentos delas provenientes, a todos rejeitava de uma maneira agressiva. Conseguimos, no final do projecto, sermos brindados com os seus beijos e que nos contasse parte da sua “estória”. Confesso que contactei com uma realidade muito próxima da minha chegando à conclusão de que tinha de aprender a envelhecer. 

Balbina Janeiro

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