24 de dezembro de 2014

Porque Ele vai nascer

“Por isso o Senhor vos dará um sinal: a virgem ficará grávida, dará à luz um filho e o chamará Emanuel” (Isaías7,14).

Parar. A vida dos nossos dias pode ser tão agitada. Corre-se para o trabalho, para as
aulas, entre atividades nos vários grupos, porque a nossa agenda tem todo o tempo preenchido… Uma das frases mais repetidas, por quem tem feito os projetos (Diálogos), é a importância de parar. Ficar ao lado do outro com o outro. Parar e estar junto do idoso que, apenas quer um pouco do nosso tempo, parar e fazer uma festa na mão, parar para brincar com uma criança. Parar para fazer balanço do que aconteceu e planear o novo ano.

Escutar. Há tanto ruído na nossa vida. Do trânsito, da gente que passa na rua, da tv, da música em alto som, das seitas. O ruído das palavras no meio de uma discussão e por vezes das certezas que temos na nossa mente e que nos impedem de ver a Verdade. Escutar, tem sido uma das maiores lições que África nos (Diálogos) tem dado…ouvir os papás, as mamãs, os jovens a falarem das suas dificuldade mas, também, dos sonhos e esperanças. Escutar os cânticos na eucaristia. Escutar quando o outro tem algo a dizer mesmo quando não concordamos com ele.

Perdoar. Há tanto ódio no mundo. Vê-se nas guerras, na perseguição que muitos vivem seja por motivos políticos, étnicos ou religiosos. A capacidade de perdoar é talvez das tarefas mais árduas para o homem. Perdoar o outro pelo que disse, pelo que não disse. Pelo que se fez ou pelos gestos que não aconteceram. Mas, muitas vezes o mais difícil, até é conseguirmos perdoar-nos a nós próprios, as nossas imperfeições e reconhecer que erramos ou que amamos pouco. Mas, quando isso acontece o nosso coração fica limpo e fortalecido.

Acolher. Quantas vezes não deixamos que entrem, na nossa vida, na nossa casa, ou ficamos acomodados no nosso canto, porque abrir a porta do nosso coração e ir ao encontro do outro dá trabalho! E, como é tão bom regressar para os braços dos pais, como é importante para um novo membro na empresa ou da comunidade saber que há quem esteja atento a ele. Perguntem às famílias que acolheram jovens (no encontro Verbum Jovem) se eles não lhes trouxeram alegria. E, como é marcante, para os missionários, as comunidades os acolherem e fazerem-nos sentir que estão em casa, que fazem parte da família e com esta comungarem a Alegria do Evangelho.
Só quem para, escuta, perdoa e acolhe prepara o seu coração e é capaz de viver o milagre da noite de Natal.

Fernanda Ramalhoto

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