14 de setembro de 2016

Missão Ocua - Parte 2

A mim, coube-me orientar e ajudar a refletir sobre o método a utilizar na catequese. Apenas foi possível partilhar alguns dos valores que todo o catequista deve viver; como sentir a importância e a responsabilidade da figura do catequista na comunidade cristã, seja nos momentos de encontro de catequese, seja na vivência do seu dia a dia. Partilhamos ainda alguns dos passos orientadores para a organização do momento de catequese, de forma que o catequista melhor possa preparar, estruturar e passar a mensagem de Deus, em casa sessão. 

Senti a enorme dificuldade do pouco tempo que tínhamos para partilhar todas estas ideias, ficando com o sentimento do muito que ficou por trabalhar, nomeadamente na concretização dos passos da estrutura de uma sessão de catequese, num trabalho prático, de forma a cada catequista poder levar um exemplo dessa preparação que o ajude a trabalhar nos próximos temas e encontros. Mas quero acreditar que o pouco que fizermos dará os seus frutos.

Sinto que este encontro foi mais um passo na minha aprendizagem pessoal. As diferenças culturais, e o método usado nestes contextos de formação, são um constante desafio para mim.

Paralelamente a este encontro de formação de catequistas, a Margarida, juntamente com outra enfermeira, partiram para a zona de Namuno. Esta visita às aldeias visa fazer um levantamento e consequente tratamento de doentes leprosos. Esta realidade está muito presente aqui e requer um tratamento atempado. Acreditamos que ela voltará com muito para partilhar…

De regresso a Pemba, participei na eucaristia dominical na Catedral da paróquia de S. Paulo. Quando a eucaristia acontece numa aldeia eu já vou preparado para sentir os gestos, símbolos e a alegria deste momento eucarístico. Contudo, nas cidades já se começam a perder alguns dos ritos que enchem as celebrações vividas nas aldeias… Mas fui bem surpreendido! Ao entrar, chamou-me a atenção as roupas mais clássicas e festivas, contrapondo com as cores tradicionais e alegres que encontramos nas aldeias. A Catedral estava repleta, com gente de todas as idades. O altar estava circundado de crianças. O coro era maioritariamente composto por jovens que cantavam acompanhados de vários instrumentos. Os jovens que faziam o “acolhimento” iam sugerindo aos mais novos que cedessem o seu lugar, quando se aproximava alguém mais velho. A Eucaristia demorou cerca de duas horas e pouco mas nem dei pela passagem do tempo! Quando saí da celebração estava feliz. Até cantarolava as melodias escutadas, mesmo sem saber as letras, pois ainda desconheço as línguas locais (Macua e Maconde). Sentia-me como se estivesse a sair de uma festa! Gostava que fosse sempre assim…

Davide Duarte

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